Toda boa decisão exige um pouco de pesquisa. Para comprar um bom presente para sua namorada, é importante notar que tipo de roupas ela gosta de usar, que estilos musicais ela curte, se ela é chocólatra ou tem mania de emagrecer (ou as duas coisas), etc. Ou seja, você precisa captar e analisar informações, e quanto mais souber, mais condições terá de acertar. Assim funciona o Big Data!
Não é à toa que esta é considerada a era da informação. Todos os dias, estamos produzindo uma infinidade de dados que não são aproveitados, assim como sua namorada às vezes dá pistas do presente que quer, e você nem nota. Os mais de um bilhão de usuários do Facebook já produziram cerca de 300 petabytes de dados, que são mil terabytes, que por sua vez são mil gigabytes. A informação nunca esteve tão farta e acessível, nem foi tão importante. Essas pessoas revelam quem são seus amigos, o que estão vendo na televisão e cinema, seus pratos favoritos, etc. Tudo isso sem se dar conta, em atitudes cotidianas banais na era digital, como postar uma foto ou curtir uma página. E também já existem cada vez mais meios de captar, organizar e analisar toda essa informação de forma ágil e eficiente através do “Big Data”, que significa “grandes dados”.
Já discutimos esse tema num artigo anterior, mas desta vez focaremos em como o Big Data funciona na prática!
CONHEÇA SEU MERCADO
Isso é mais verdadeiro ainda para as empresas. Até o conteúdo dos comentários no Twitter sobre uma empresa já influenciam o valor de mercado de suas ações e decisões de investimento. Até a explosão da troca de informações virtuais, uma pesquisa de mercado para lançar um novo produto, por exemplo, costumava levar até anos e tinha um custo tão alto que só grandes corporações o faziam. Hoje em dia, esse processo é tão rápido que um produto pode já estar obsoleto ao final do seu desenvolvimento.
Mais do que isso, a coleta de dados nunca foi tão acessível. O próprio público revela nas redes sociais e por outros meios as suas necessidade, preferências e anseios. Assim empresas de qualquer área de atuação e porte estão em condições de utilizar esses recursos.
Atualmente, softwares de Big Data são capazes de captar, coletar, selecionar, organizar e analisar quantidades gigantescas de dados em questão de segundos. Para isso existem empresas de consultoria de TI especializadas em obter e analisar Big Data para todo tipo de cliente.
ETAPAS PARA O SUCESSO
O serviço de Big Data consiste basicamente de três estágios:
Captação bruta – Por meio dela, a empresa pode entender melhor o mercado em que atua. O e-commerce é um bom exemplo. Segundo um estudo da empresa Big Data Corp., o Brasil tem cerca de 400 mil plataformas de comércio eletrônico ativas. Para uma pequena loja virtual, não basta encarar apenas grandes corporações como concorrentes, mas sim os diversos negócios de portes variados que contam com as mesmas condições. É possível fazer uma busca dos competidores pelo Google, mas com a ajuda dos softwares de Big Data essa busca torna-se muito mais rápida e menos trabalhosa.
Validação – Esse é um estágio intermediário, o qual ajuda o empreendedor a identificar se os clientes não estão usando identidades falsas. Pode-se criar um questionário e, conforme as respostas, detectar fraudes. Através do endereço dado pelo cliente, por exemplo, é possível verificar referências da vizinhança, como padarias, escolas, entre outros, e verificar se a pessoa realmente é moradora da região informada.
Análise – Tão importante quanto ter muitos dados à mão é saber interpretá-los e utilizá-los. Por exemplo, mesmo empreendedores de pequeno porte costumam fazer um grande número de ligações telefônicas todos os meses. Caso a empresa tenha intenção de reduzir sua conta telefônica, por exemplo, pode avaliar se há funcionários fazendo ligações excessivamente longas, ou ligando muitas vezes para o mesmo número, sem conseguir resolver de vez o problema. Uma correta seleção e organização dos dados permite uma tomada de decisões mais eficiente.
BENEFÍCIOS DO BIG DATA
Melhor relacionamento com o cliente – No atendimento ao cliente, é gerada uma imensa quantidade de dados para serem cruzados e analisados, podendo assim melhorar o relacionamento, gerar novas oportunidades, ampliar a experiência de uso, identificar janelas de oportunidade e mesmo prever padrões de consumo futuro. Nas plataformas tradicionais, o processamento desses dados é trabalhoso e leva muito tempo, enquanto no Big Data ele pode ser feito até em tempo real.
Maior eficiência operacional – O Big Data tem um papel fundamental nessa questão, independentemente do setor de atuação ou porte. A atividade de pesquisa de mercado e os processos de produção da empresa geram enorme quantidade de dados. O Big Data, muito mais do que apenas armazenar, permitirá analisar esses dados, fornecendo respostas e com isso alimentando uma nova onda preditiva e proativa. As pequenas empresas se beneficiam com a possibilidade de automatizar muitas tarefas e otimizar seus recursos.
Data Preparation e governança de dados – Empresas especializadas em Big Data Analytics dão uma atenção especial ao processo de construir ferramentas e criar algoritmos para viabilizar o trabalho de análise e extração de valor de grandes volumes de informação. Com isso, já existem muitas opções de infraestrutura. Um dos aspectos que tem evoluído é a preparação de dados ou data preparation, que é o processo de coleta, combinação, estruturação e organização dos dados para análise. Junto a isso, vem a recente tendência da chamada governança de dados. Como as empresas já conseguem coletar, analisar e compreender os dados muito bem, outros tipos de trabalhos serão feitos com eles. Isso inclui, entre outras coisas, aumentar a segurança e a privacidade dos dados.
Integração de dados – Também ligado à data preparation, a integração de dados é outra forte tendência dentro do Big Data. Mesmo com um modelo de análise de dados muito bom, ele será inútil se não estiver integrado ao dia a dia da empresa. É fundamental saber como colocar esses algoritmos para rodar com os processos de produção da empresa, de forma transparente, fluída e simples possível.
Por exemplo, se uma academia de ginástica usa um algoritmo para analisar quais alunos correm mais risco de cancelar a matrícula no final do mês, precisa definir como lidar com isso, se enviando mensagens aos alunos, se um funcionário entra em contato, criando alguma promoção, etc.
Agora em 2018 um grupo de pesquisadores da Alemanha e Bélgica foram além, utilizando o Big Data aliado a Inteligência Artificial para prever que país levará o troféu desse ano para casa!
Os cálculos foram feitos baseando-se em inúmeros fatores como, por exemplo, ranking de popularidade na FIFA, população, crescimento de produto doméstico (GDP), número de atletas que jogaram juntos em um mesmo clube, idade média dos jogadores e o número de vitórias na final da Liga dos Campeões. Foram mais de 100 mil simulações até a tecnologia finalmente escolher um possível vencedor: a Espanha!
As seleções com maior chance de levantar a taça foram apontadas em ordem de probabilidade:
- Espanha
- Alemanha
- Brasil
- França
- Bélgica
É claro que tudo não passam de previsões e existem margens de erro. Então vamos torcer para que, dessa vez, o Big Data não acerte!
BIGGER AND BIGGER!
O Big Data é uma tendência que vem se espalhando por todos os setores de atuação. Motoristas pesquisam dados de trânsito para determinar as melhores opções de rotas, a indústria cultural e de lazer cada vez mais analisa as tendências do gosto popular para produzir filmes, seriados, games, livros, etc.
Os dados que coletamos atualmente nos permitem ver e prever coisas importantes que antes, por incrível que pareça, eram grandes demais para serem enxergadas!