Imagine-se chegando em casa no fim de tarde, a porta se abre automaticamente e uma voz agradável te dá boas-vindas lhe chamando pelo seu nome. Ao entrar essa mesma voz pergunta se você gostaria de um café como foi feito todos os outros dias atrás e, após sua resposta afirmativa, a cafeteira liga sozinha… já com o café em mãos você senta no sofá e apenas pede para ligar a TV no canal que passa o seu jornal preferido. Está passando só notícias que não te agradam? Sem problemas, você pede para acessar o Spotify e reproduzir a sua lista de músicas favorita… Num determinado momento a TV sinaliza e mostra a imagem de quem está à sua porta, aquela mesma voz agradável informa que uma visita acabou de chegar e te pergunta se a porta deve ser aberta ou se deve avisar que você não está.
Parece impossível? É o futuro?
Não! Isso já faz parte do presente!
Quase todos os aparelhos eletrônicos, eletrodomésticos, TVs, câmeras, celulares e até carros, possuem hoje modelos que podem ser conectados e interligados através de identificação por radiofrequência (RFID), wireless, NFC, bluetooth etc. Isso é a Internet das Coisas ou IoT (Internet of Things) que está chegando ao nosso dia-a-dia de forma cada vez mais comum.
Mas aí você pergunta: Isso não é só para pessoas ricas? E outra vez a resposta é não! O smartphone por exemplo, não precisa ser dos mais caros e nem dos mais recentes, ele já responde comandos de voz e pode se transformar num controle remoto universal de TV, ar condicionado, portas, iluminação, etc.
Quer mais um exemplo poderoso da IoT? Que tal o novo sistema que Mark Zuckerberg criou e instalou em sua própria residência? O criador do Facebook explicou que seu assistente virtual pode atualmente controlar as luzes, ajustar a temperatura, reproduzir músicas, e gerenciar as câmeras de segurança da sua casa. Esse assistente pode receber comandos por voz, por computador ou smartphone e, com sua inteligência artificial, pode automatizar algumas tarefas como reconhecer os moradores da casa e ainda aprender as preferências de cada um.
E como ele fez isso?
A etapa principal foi transformar os dispositivos domésticos em dispositivos domésticos conectados, através da Internet das Coisas. Foi a parte que deu mais trabalho porque nem todos os dispositivos foram projetados para se conectar à internet, tanto que ao descrever isso Mark Zuckerberg enviou recado à algumas indústrias, solicitando que desenvolvam APIs e padrões que permitam que os dispositivos conversem entre si. Acho que um conselho vindo dessa pessoa faz qualquer empresa pensar a respeito, não é mesmo?
Mas as empresas usam IoT?
Claro que sim! Com a geração de dados em velocidade e quantidade inimagináveis, a proporção das cargas de trabalho deverá ser igual, e aqui entra o data center, que centraliza as operações e equipamentos de TI de uma organização e onde ela armazena, gerencia e dissemina seus dados. Pense… monitorar clientes, fornecedores, sistemática de vendas, marketing, operações, logísticas, etc. Isso tudo nas mãos de poucas pessoas e sendo resolvido em segundos.
Em transportes, vemos os caminhões rastreados e monitorados. Sistemas multimídia de frotas e cargas no Brasil oferecem transmissão de audio, vídeos e dados em alta velocidade, e ainda mais, você pode acompanhar na hora tudo que acontece dentro do caminhão com câmeras colocadas de forma estratégica. Através desse mesmo sistema você é avisado sobre irregularidades operacionais como desvio de rota, desengate não autorizado, parada indevida, tempo excedido de viagem, freadas bruscas, direção perigosa, direção perigosa na chuva, superaquecimento do motor, embreagem muito tempo acionada e até a famosa banguela…
Enfim, essa hiper-convergência da Internet das Coisas é convincente, penetrante e cheia de promessas ousadas de encher os olhos com as mais ambiciosas esperanças. Carros conectados, casas automatizadas e cidades inteligentes já são realidade e estão ficando cada vez mais próximos de nós. Como bem disse Victor Hugo: “Não há nada como o sonho para criar o futuro. Utopia hoje, carne e osso amanhã”.